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De um lado, um muro de pessoas; do outro, um muro de pedras, como que “entre a espada e a parede”, um palco. Neste vale encantado, um espetáculo em miniatura moldado para caber em grandes espaços. Tem a forma de uma fábula, resultado da acumulação de vários contos — alguns de amor, outros de guerra; alguns de viagens, outros bestiais. São contos-arma que garantem a sobrevivência do seu narrador, num duelo entre a imaginação e um coração petrificado. São contos-lamento que celebram ausentes, num duelo entre vida e morte, prisão e liberdade, vício e virtude, realidade e desejo. Nesta arquitetura de pedra-sobre-pedra e de pessoa-sobre-pessoa, um espelho imaginário. Artefacto de multiplicação, projeção, alienação e encantamento que, noite após noite, transformará o palco numa cebola. De camada em camada, envolta em odores e salpicos invisíveis, a “boca contadeira” oferece-se à espada e à parede, adicionando um conto à infinitude dos contos. — Marlene Monteiro Freitas
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De um lado, um muro de pessoas; do outro, um muro de pedras, como que “entre a espada e a parede”, um palco. Neste vale encantado, um espetáculo em miniatura moldado para caber em grandes espaços. Tem a forma de uma fábula, resultado da acumulação de vários contos — alguns de amor, outros de guerra; alguns de viagens, outros bestiais. São contos-arma que garantem a sobrevivência do seu narrador, num duelo entre a imaginação e um coração petrificado. São contos-lamento que celebram ausentes, num duelo entre vida e morte, prisão e liberdade, vício e virtude, realidade e desejo. Nesta arquitetura de pedra-sobre-pedra e de pessoa-sobre-pessoa, um espelho imaginário. Artefacto de multiplicação, projeção, alienação e encantamento que, noite após noite, transformará o palco numa cebola. De camada em camada, envolta em odores e salpicos invisíveis, a “boca contadeira” oferece-se à espada e à parede, adicionando um conto à infinitude dos contos. — Marlene Monteiro Freitas
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