Marie Mire em residência artística no MIRA apresenta o filme "Parto sem dor". Após a projeção do filme, segue-se uma conversa com a realizadora.
"Varria o chão do piso térreo de uma casa que tínhamos ocupado em Lisboa. Oiço bater à janela. Aproximo-me e vejo-te, na altura terias cerca de 80 anos. Estavas com um cabelo muito bem enrolado e vestida de branco, apoiada numa bengala. Penso de imediato que é uma vizinha que se vem queixar do barulho. Mas, de modo completamente desarmante, o que tu tens para me dizer é que estás muito feliz por nós estarmos aqui, na tua rua. Dizes que nos queres ajudar. Tens uma série de móveis numa cave que podemos ir buscar. Agradeço-te surpreendida pela tua generosidade e digo que vou falar de imediato com os meus amigos para irmos buscar as coisas. Retenho o número da porta da Avenida Santos Dumont, despeço-me e ponho a cabeça para dentro…Lembras-te, Cesina Bermudes?"
Marie Mire em residência artística no MIRA apresenta o filme "Parto sem dor". Após a projeção do filme, segue-se uma conversa com a realizadora.
"Varria o chão do piso térreo de uma casa que tínhamos ocupado em Lisboa. Oiço bater à janela. Aproximo-me e vejo-te, na altura terias cerca de 80 anos. Estavas com um cabelo muito bem enrolado e vestida de branco, apoiada numa bengala. Penso de imediato que é uma vizinha que se vem queixar do barulho. Mas, de modo completamente desarmante, o que tu tens para me dizer é que estás muito feliz por nós estarmos aqui, na tua rua. Dizes que nos queres ajudar. Tens uma série de móveis numa cave que podemos ir buscar. Agradeço-te surpreendida pela tua generosidade e digo que vou falar de imediato com os meus amigos para irmos buscar as coisas. Retenho o número da porta da Avenida Santos Dumont, despeço-me e ponho a cabeça para dentro…Lembras-te, Cesina Bermudes?"