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A rentrée cultural da cidade do Porto
Regressar, recomeçar, renovar
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Setembro 2025

A rentrée traz consigo um novo mar de programação nas maiores salas de espetáculo da cidade, por isso falámos com os seus timoneiros para conhecer a cartografia através da qual os públicos vão navegar nesta nova temporada.

Miguel Guedes — Diretor Artístico do Coliseu do Porto AGEAS

A iniciar o último ano do seu primeiro mandato, em jeito de balanço, Miguel Guedes refere que, “nestes dois anos e meio, conseguiram-se coisas muito importantes no capítulo da urgência”. “Por um lado, o telhado do edifício é completamente novo, e vamos arrancar com as restantes obras estruturais de manutenção. Por outro, conseguimos evitar que esta sala caísse na concessão a privados”. Mas não só de “urgências” viveu o Coliseu, uma vez que, a par da luta pela manutenção, arrancou também uma programação que “tem um cunho próprio, mas tem também um enorme respeito pelo que foi feito”. “E nestes 83 anos de história, o Coliseu foi uma casa de diversidade, de democracia, de inclusão. Creio que cumprimos este sentido de interesse de público com a diversidade da programação, com a criação de um serviço educativo que é uma pedra basilar da forma como olham para nós, e com uma visão de trabalho em rede com parceiros que nos rodeiam”.

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© Guilherme Costa Oliveira

Na nova programação haverá espaço para recordar um momento especial desses 83 anos: quando, há 30 anos, a cidade se moveu para impedir a venda do Coliseu à Igreja Universal do Reino de Deus, para a reconversão completa da sala num local de culto. Miguel lembra “esse verão quente de 95” quando “alguns até, literalmente, se acorrentaram ao Coliseu, mas todos ficámos presos à missão de resgatar esta sala, para que não fosse parar às mãos de nenhum privado, fosse ele qual fosse”. É nessa altura que se funda a Associação Amigos do Coliseu do Porto, responsável pela compra do edifício e ainda hoje a sua entidade administradora. O momento será assinalado em palco no dia 30 de outubro, com uma homenagem às personalidades que tornaram esse resgate possível, contando com um concerto que inclui Sérgio Godinho, Pedro Abrunhosa, Óscar Branco, os GNR, os BAN, António Pinho Vargas e As Amarguinhas.

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Manifestação em defesa do Coliseu do Porto, em 1995 © DR

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© Guilherme Costa Oliveira

Para este novo período que se inicia, Miguel convoca a imagem de um “vale cultural” onde o Coliseu se situa: “Estamos no meio de uma zona que se estende de São Lázaro até ao Museu Nacional Soares do Reis, com cerca de 20 ou 30 instituições culturais para cada lado do Coliseu. A par disto, o nosso estatuto está algures entre o privado e o público, o que nos pode tornar um interlocutor privilegiado de uma rede global”.

Um dos destaques do diretor artístico é o ELO – um projeto cultural, social e inclusivo que entrará já na 3.ª edição. Este projeto faz trabalho de proximidade em articulação com parceiros – na primeira edição com a Irmandade dos Clérigos, e na segunda edição juntou-se à Associação Comercial do Porto – aproximando-se de fatias mais vulneráveis da população e propondo-lhes um trabalho de criação artística como forma de integração. Nesta terceira edição, a iniciar em outubro, o tema central será a adolescência, e o trabalho a desenvolver “com um número alargado de parceiros, intérpretes e fazedores”, terá inteira autonomia para o ensaio e criação de uma obra artística – culminando numa exibição pública no Coliseu. Numa linha de ação semelhante, irá iniciar em setembro o projeto "Alquimia", que vai envolver as camadas mais envelhecidas dos moradores da Baixa do Porto, com foco em situações de solidão.

Quanto à programação musical, Miguel Guedes destaca o concerto do duo de música eletrónica Kruder & Dorfmeister (26 de setembro) – esta será a primeira vez que um concerto produzido em parceria com a promotora Os Suspeitos by Mr. November chegará à sala principal, tendo até agora ocupado o Salão Ático, de menor dimensão.

Por fim, Miguel Guedes destaca, ainda, um espetáculo de grandes êxitos da Broadway interpretado pela Banda Sinfónica Portuguesa (12 de setembro). “Este poderia ser um espetáculo de música erudita, mas percebemos a necessidade de agarrar novos públicos – se calhar, até agarrá-los pelos colarinhos. Daí ser necessário proporcionar uma boa experiência, se calhar até um pouco mais popular numa primeira abordagem – uma preocupação que temos, também, com os Concertos Promenade [que aproximam públicos de todas as idades à música clássica].”


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Drew Klein — Diretor Artístico do Teatro Municipal do Porto

Drew Klein está já a caminho do terceiro ano como diretor artístico da Direção de Artes Performativas da Ágora – Cultura e Desporto do Porto, a estrutura municipal que compreende o Teatro Municipal do Porto, o DDD Festival Dias da Dança e o CAMPUS Paulo Cunha e Silva. Quando falamos com ele, é patente um carinho e dedicação à ideia da cidade como comunidade – embora admita que possa não ter “todo o peso cultural de ter crescido como um portuense”, relembra que se mudou para aqui “com tudo”: “é aqui que vivo, é aqui que tenho a família – e, neste momento, sinto que já tenho uma ligação profunda com a cidade, e importo-me com o que nela acontece”. Drew refere que a programação do Teatro Municipal do Porto (TMP) “é construída coletivamente”. “E queremos não só que seja recebida com entusiasmo, mas que diga algo sobre a experiência comum dos portuenses”.

Em fevereiro de 2023, quando tomou posse, Drew lembra que “havia o luxo de terem começado com um programa existente para os primeiros seis meses, o que lhe permitiu experienciar os ritmos da cidade, perceber o diálogo e saber o que move a cultura”. “Estamos, claramente, num lugar extremamente positivo – o público tem vindo a aumentar, sentimos que tem entusiasmo e vontade de experimentar coisas diferentes, e temo-nos esforçado para tratar bem os artistas que apoiamos, garantir que eles têm os recursos e o orçamento para criar as obras que apresentamos aqui”, afirma o diretor artístico, em jeito de balanço.

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© João Octávio Peixoto

As temporadas do TMP não são subordinadas a uma temática, porque “o programa é demasiado abrangente”, mas Drew refere que o público tem dito que os programas são “muito Porto”. É, pois, o que se pode esperar desta nova temporada, também. “Inicialmente, não percebia bem o que isso queria dizer, mas tem que ver com o facto de o Porto ser mais bombástico, mais feroz, menos clássico. E nesta temporada podem esperar energia, extravagância, radicalidade. Temos de convencer as pessoas a largar o sofá e os serviços de streaming, e para isso queremos que estejam aliciadas com um serão que será tudo menos passivo”. Além disso, Drew sublinha o facto de esta temporada ter muitas coproduções de novos trabalhos de artistas como Marco da Silva Ferreira, Marlene Monteiro Freitas, Lander Patrick e do Teatro Experimental do Porto: “Começamos estes trabalhos com estes artistas sem saber no que iria resultar. De certa maneira, estaremos sentados na audiência com a mesma expectativa do restante público”.

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Marco da Silva Ferreira estreará "F*cking Future", em coprodução com o TMP © DR

Como destaques da programação, o diretor artístico refere que, desta vez,

querem encarar os concertos como algo que não esteja separado da restante programação. “Sempre achei que o Porto é uma cidade obcecada com a música, e quero encontrar um lugar para nos juntarmos a essa conversa”. Assim, destaca cru+es (3 de outubro), um espetáculo dos performers espanhóis Raül Refree (música eletrónica) e Niño de Elche (flamenco): “Isto será algo que está em linha com o que queremos fazer – não ser um local onde as bandas vêm fazer o concerto que fazem habitualmente, mas um sítio onde há uma experiência performativa da música. E este espetáculo em concreto está em linha com a nossa vontade de dialogar com a história, enquanto nos empurra para o futuro”.

Na dança, e na linha de uma exploração temática da ideia de conflito (seja em guerra, seja dentro de uma família), o destaque vai para a abertura de temporada, com NÔT, de Marlene Montero Freitas (19 e 20 de setembro). “É um espetáculo que estreou recentemente em Avignon, e parte da interpretação dela do conto d’As Mil e Uma Noites – a ideia de adiar a violência dos homens com diálogo. Ela brinca muito com estas ideias, e há um trabalho de cenografia incrível”.

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Em "cru+es", Niño de Elche e Raül Refree apresentam um flamenco de fusão © DR

Quanto ao trabalho com a comunidade, Drew destaca Oz ou a Estrada (22 de novembro), de Rafa Jacinto e Roberto Terra. Este programa, com duas sessões para escolas e uma sessão pública, é “uma visão sobre o legado de O Feiticeiro de Oz na cultura queer, e usar este enquadramento como uma forma de enquadrar a procura de identidade”. “Achamos que esta peça vai ressoar com as turmas do secundário que vamos trazer, permitir-lhes encontrar algum conforto numa viagem de autodescoberta para quem atravessa anos fulcrais para a construção da sua própria identidade”.


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Pedro Sobrado — Presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional de São João

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Pedro Sobrado © TNSJ

Quando questionado sobre o fio condutor da nova temporada do Teatro Nacional de São João (TNSJ), Pedro Sobrado aponta para uma citação do encenador polaco Jerzy Grotowski: “Não vim para descobrir uma coisa nova, mas uma coisa esquecida”. Este mote, assumido já como um “mantra” pela equipa do TNSJ, remete-se para a natureza desta casa como um teatro de repertório, uma etiqueta que não assusta Sobrado: “Fazer repertório hoje é um ato de coragem, e rebeldia, de resistência contra o presentismo, um regime opressivo e sufocante. As tradições e as grandes heranças dramatúrgicas podem e devem ser visitadas, estudadas, perturbadas e corrompidas”. A questão da revisitação de obras de repertório será, inclusive, alvo de uma conferência no TNSJ em 2026.

Antes disso, a nova temporada assinala com RP 80, uma série de quatro programas, o aniversário do encenador Ricardo Pais, uma figura íntima da instituição e o “fundador do seu ideário”. Pedro Sobrado fala do encenador como “um criador cénico instigante, em sistemática fuga para a frente em relação às suas próprias certezas, irrequieto, genuinamente eclético, incorrigivelmente curioso”. Serão repostas duas peças da sua autoria – Turismo Infinito e al mada nada (ambas de 16 a 19 de outubro) – e haverá espaço para uma oficina conduzida pelo próprio Ricardo Pais (de 15 a 27 de setembro) e o lançamento do livro Despesas de Representação, uma coletânea de textos e entrevistas de Ricardo Pais, produzidos entre 1975 e 2025.

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Língua Brasileira, de Felipe Hirsch, abre a temporada do TNSJ © DR

No sempre difícil exercício de escolher destaques para a programação, Sobrado aponta para Língua Brasileira e O Beijo no Asfalto: “dois espetáculos que, de formas complementares, fazem a defesa e a celebração da língua portuguesa”. Língua Brasileira, de Felipe Hirsch, tem música e letras de Tom Zé, e estará em cena de 2 a 5 de outubro. Já O Beijo no Asfalto, uma produção própria do TNSJ com encenação de Miguel Loureiro, encerra a temporada. No que toca a produções próprias, Sobrado destaca ainda duas outras peças: Branca de Neve e Outros Dramalhetes, encenada por Nuno Carinhas, estará em cena de 20 de outubro a 14 de dezembro, por “propor uma incursão na obra, pouco conhecida entre nós, de Robert Walser”; e o espetáculo de Victor Hugo Pontes (novo diretor artístico do TNSJ) a partir da obra de Manuel António Pina, “uma figura nuclear da dramaturgia portuguesa para a infância e juventude”.

Por fim, e no que se refere aos públicos mais jovens, o destaque vai para Buchettino, de Chiara Guidi, por ser “uma referência do teatro europeu para a infância”. A par do espetáculo que estará em cena no Teatro Carlos Alberto, de 13 a 17 de maio, o programa inclui um seminário e a edição em português do livro Teatro Infantil. Segundo Pedro Sobrado, “é uma aposta clara na valorização da infância como território privilegiado de descoberta e criação artística”.


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Guilherme Blanc — Diretor Artístico do Batalha Centro de Cinema

A nova temporada do Batalha Centro de Cinema arranca em setembro com um novo ciclo temático. A figura central? O telefone – esse objeto que tantas vezes se tornou personagem, motor narrativo, uma espécie de elemento importante na história do cinema. “Os ciclos temáticos são programas que discutem temas a partir do cinema, com uma abordagem abrangente em termos de género e linguagem”, começa por explicar Guilherme Blanc, diretor artístico do Batalha. “Desta vez, vamos olhar para o telefone como personagem, que pode aparecer como um dispositivo que conduz ou que é o fio condutor de uma história, ou que pode aparecer também como dispositivo tecnológico. De que forma é que o telefone participa no próprio desenvolvimento do cinema?”

O ciclo abre com E.T. – O Extraterrestre, de Steven Spielberg – “um dos filmes mais icónicos da história do cinema”, como lembra Guilherme. A partir daí, o percurso estende-se por geografias e estilos diversos, dos filmes blockbuster ao cinema experimental, desenhando um mapa onde o telefone é o elo comum.

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© Guilherme Costa Oliveira

A temporada inclui ainda duas grandes retrospetivas; uma dedicada a David Bowie, onde se explora a sua presença no cinema enquanto ator, mas também a forma como a linguagem cinematográfica influenciou a sua obra. “E, por outro lado, como é que a sua expressão artística influenciou também outros cineastas”, acrescenta Guilherme. A outra retrospetiva mergulha na filmografia de Dominga Sotomayor, realizadora chilena de uma geração intermédia. Três longas e várias curtas-metragens serão apresentadas na totalidade, num programa que contará com a presença da cineasta no Porto para apresentar os filmes e dinamizar uma masterclass.

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A retrospetiva "David Bowie: uma odisseia" contará com filmes que inspiraram o lendário músico © DR

No cruzamento entre exibição e formação, o Batalha retoma o Curso de Cinema do Porto, um programa que liga a história da cidade ao cinema. Já o curso Gulliver, pensado para famílias, regressa com um novo módulo sobre a relação entre cinema e os videojogos. “É um curso que percorre várias questões ligadas ao cinema, desde a história à realização”, sublinha o diretor artístico.

As Sessões para Famílias mantêm-se como ponto de encontro entre gerações; e é também aqui que E.T. regressa como rito de passagem, convite à partilha, e experiência coletiva. Para os mais pequenos, haverá também espaço para redescobrir o cinema físico e burlesco de Buster Keaton.


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Rui Pereira — Diretor Artístico Adjunto da Casa da Música

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© Nuno Miguel Coelho

A nova temporada da Casa da Música arranca já em setembro, fora de portas, com concertos gratuitos ao ar livre. “Após as férias de verão, os Concertos na Avenida [dos Aliados], marcam o reencontro com o grande público”, diz Rui Pereira, diretor artístico adjunto da Casa da Música. A abrir este ciclo, a 5 de setembro, está a Orquestra Som da Rua, um coletivo com grande impacto social, criado, em 2009, a partir de uma parceria entre o Serviço Educativo e algumas instituições do Porto. “Na primeira sessão participaram apenas quatro pessoas e agora, 16 anos depois, vamos ter mais de 150 vozes em palco, com repertório criado pelo próprio grupo e que fala diretamente sobre a vida na cidade”.

No dia seguinte, 6 de setembro, é a vez da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música atuar, com direção do jovem maestro francês Victor Jacob, distinguido como revelação nos prémios Victoires de la Musique 2023. “Este é, todos os anos, o concerto com mais público da temporada. É um grande momento para a orquestra porque os aproxima, muitas vezes, de quem nunca entrou numa sala de concertos, e para muitos será mesmo o primeiro contacto com uma orquestra ao vivo”, sublinha Rui. O programa propõe “uma viagem musical entre operetas vienenses, ritmos ciganos, paisagens caribenhas, e evoca a vida rural argentina, apresentada em danças orquestrais marcadas pelo imaginário dos pampas”, acrescenta.

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O concerto de Diego Guerrero marca a abertura de temporada na Casa da Música © DR

O regresso à Sala Suggia faz-se com dois grandes concertos dedicados ao flamenco, nos dias 23 e 24 de setembro. Primeiro, com Diego Guerrero e o seu novo disco Por la Tangente, nomeado para os Grammy da música latina. No dia seguinte, Estrella Morente e Rafael Riqueni, dois grandes nomes do flamenco, apresentam um trabalho conjunto profundamente enraizado na tradição. “São dois dias dedicados a um público muito fiel, que vive intensamente esta música e a sua história”, aponta Rui.

A 11 de outubro, o destaque vai para o Ciclo de Piano, com a estreia em Portugal da jovem pianista arménia Eva Gevorgyan. “Merece este destaque, é uma intérprete com mais de 40 prémios internacionais, foi finalista do concurso Chopin de Varsóvia e tornou-se figura central do documentário Piano Forte”, afirma Rui.

Também em outubro, regressa o Outono em Jazz, com um cartaz alargado. Há mais de 10 anos que a Casa da Música programa este festival que contribui para o panorama jazzístico da cidade. “Deixo o destaque para o trio Dave Holland e para a Maria Luiza Jobim, que vai cantar temas do pai, António Carlos Jobim”, revela.

Para os mais novos (e não só), a Casa da Música retoma a sua programação com várias oficinas, concertos para bebés, e outras atividades do serviço educativo. No dia 28 de setembro, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música apresenta o concerto comentado “Domingo com Rachmaninoff”. “É um concerto transgeracional, ideal para famílias. É conhecido entre os melómanos e maestros como ‘Rach 3’, e é considerado o concerto mais difícil de todo o repertório pianístico, o mais virtuoso, o que mais desafia o intérprete”, diz Rui. “Neste concerto de domingo, com a ajuda de um comentador e do nosso solista, vamos tentar desvendar o que é que um pianista tem de ultrapassar para o interpretar. Há quem desista só de começar a estudar”, observa. “Depois disso, teremos o concerto para que todos possam apreciar a beleza da música.”


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Inês Pina — Coordenadora do Serviço Educativo Artes de Serralves

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© Ana Carreira

É com o regresso às aulas que desperta em Serralves a nova temporada: a partir de setembro, o Museu retoma a sua atividade mais intensa, com propostas para diferentes públicos, mas com atenção particular às crianças, famílias e aos jovens. “Temos uma programação bastante vasta, no fundo é o início da nossa temporada, principalmente para o público jovem e para as crianças”, explica Inês Pina.

O arranque faz-se logo a 13 de setembro, com o regresso das atividades para famílias, no eixo das artes, que se cruzam com as exposições em cartaz. O mote vem das artes visuais, do cinema e da arquitetura – os três eixos principais sobre os quais se constroem as atividades. “Começamos com uma atividade que tem o chapéu Cinema-Mentira, que está relacionada com o cinema, e vai debruçar-se sobre a exposição Pequeno Teatro do Mundo, do Luís Miguel Cintra”, adianta Inês.

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© Ana Carreira

No final do mês, o parque transforma-se num grande palco ao ar livre com a Festa do Outono, marcada para os dias 27 e 28 de setembro. “É um evento gratuito e já esperado pelo público em que celebramos o Parque de Serralves, a sua biodiversidade e o património, através de concertos, oficinas, circo e outras atividades. É uma forma de celebrar a chegada do outono.”

Mas nem só de celebrações se faz a temporada. O Saber do Cinema, programa que decorre ao longo do ano em parceria com o Serviço Educativo, regressa em outubro com nova edição e novo tema: a reciclagem. Com curadoria de Regina Guimarães e Saguenail, as sessões são uma verdadeira escola de espectadores. “Convidamos as pessoas a ver um filme que não é anunciado, para que depois se possa discutir em conjunto”, diz Inês. “Este ano, o tema é a reciclagem – vamos rabalhar a partir de filmes que reutilizam partes de obras de outros realizadores.”


A programação prolonga-se até novembro, quando têm lugar as já habituais Siza Talks, nos dias 12, 13 e 14. Trata-se de um encontro de dimensão internacional, dedicado à arquitetura e à prática de Álvaro Siza, com convidados de referência de todo o mundo.

No fundo, há um tema que atravessa todas estas atividades, ainda que por vezes de forma subtil. “No Serviço Educativo, temos um tema central que é o Despertador. Está mais ligado às escolas, mas vai premiando cada uma das atividades que fazemos”, explica Inês. O conceito do despertador cruza-se com as urgências do tempo presente, sobretudo ambientais, mas também com a própria missão de Serralves. “É um espaço ligado ao agora. Com as exposições que temos, cerca de 20 por ano, parece-nos absolutamente urgente falar do que está a acontecer fora destas paredes. O museu, com a arquitetura de Siza, convida-nos a olhar para o exterior, e a perceber que o que está dentro reflete também o que vivemos hoje.”


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