“A cena figura uma mente particular, a de Fernando Pessoa.” Assim começava a sinopse do espetáculo estreado no Teatro São João, no dia 7 de dezembro de 2007. E prosseguia: “Sendo‑nos dado o privilégio de estar presentes, ouvimos e vemos uma sucessão de vozes e personagens.” As vozes são as do guarda-livros Bernardo Soares, do sensacionista Álvaro de Campos e do bucólico mestre Alberto Caeiro, mas também do heterónimo feminino Maria José, e de Ofélia Queirós, protagonista do único envolvimento amoroso conhecido do poeta. Depois desse “dia triunfal” de 2007, Turismo Infinito transformou-se num dos acontecimentos mais marcantes da história deste teatro. Com ele, Ricardo Pais abriu o universo pessoano, raro e infinito, a uma nova e alta forma de turismo. Com dramaturgia de António M. Feijó e dispositivo cénico de Manuel Aires Mateus, Turismo Infinito regressa ao seu porto de partida. Regressando nós também ao início, podíamos escrever: “A cena figura uma mente particular, a de Ricardo Pais.”