Um aforismo de Teixeira de Pascoaes estimula este serão poético, que se quer incandescente:
D’entre os homens, o Poeta é o que vive mais próximo dos animais e dos deuses.
O poeta está sempre em fora de jogo. O poeta gosta de molhar os pés em absinto. O poeta cheira bem, cheira a resistência. Adoramos a liberdade livre, os voos rasantes, os comboios fora de horas, as garoupas de Ipanema, as olheiras de Mirandela, os beijos fora de prazo, os remates à trave, as moscas com voz de soprano, o desejo nunca dantes navegado, certos outros delírios.
Andamos e não chegamos. O andar é tudo: princípio e fim.
Um leque de fulgentes artistas ajudam a noite a florir.
Vale a pena. 25 anos ao serviço da Poesia. — João Gesta