Ao longo dos séculos, a relação com os instrumentos foi-se transformando: enquanto uns mantiveram os compositores apaixonados, outros acabaram por ser votados ao esquecimento. Entre os primeiros, destaca-se o clarinete que acabaria por se afirmar numa ampla diversidade de géneros musicais. Já em meados de 1760, Mozart rendeu-se ao instrumento, incorporando-o em inúmeras das suas obras, desde sinfonias e óperas até música de câmara. A partitura que abre este recital é uma das mais admiradas do compositor e foi dedicada ao seu grande amigo e virtuoso do clarinete, Anton Stadler. Num registo bem distinto, mas a explorar a expressividade e profundidade deste instrumento, os Solistas da Sinfónica apresentam Dos ramos à raiz, obra que reflete a sensibilidade e originalidade de Luís Tinoco, compositor recentemente distinguido com o Prémio Pessoa 2024.