Nesta sessão destacamos participantes de língua portuguesa na exposição oficial da Bienal de Arquitetura de Veneza de 2023: Banga Coletivo, Cartografia Negra e Margarida Waco. Exibimos também 2 filmes encomendados pelo Pavilhão do Brasil “Terra”, vencedor do prémio Leão de Ouro de Melhor Participação Nacional, na dita Bienal.
‘5.5706° S, 12.1976° E Sedimentary Myths’, 7’, Margarida Waco, 2023 [Angola]
5.5706° S, 12.1976° E - Sedimentary Myths regista uma carta de amor a Cabinda. Aninhada na foz da Bacia do Congo e envolta pelo Atlântico, os nossos solos e águas – dois corpos desobedientes que guardam registos de séculos de violência extrativa – ecoam os soluços quebrados de um território disputado. Sedimentary Myths anseia por emergir com histórias entrelaçadas e agregadas, inscritas nos nossos repositórios num único gesto, permitindo-nos projetar um futuro onde unimos as nossas vozes para entoar Dipanda/Independência.
‘O corpo da terra [The Body of Earth]’, 12’, Day Rodrigues, 2023 [Brasil]
A preservação da terra e o pensamento da arquitetura afro-brasileira na origem e identidade do país, narrados no Terreiro Casa Branca (Bahia/Salvador), por um encontro atemporal que se abre através de texturas, vozes e memórias e nos guiam por uma arqueologia da ancestralidade.
‘Terra Nakupa’, 17’, Juliana Vicente, 2023 [Brasil]
A vídeo-instalação ‘Terra Nakupa’ é um projeto sobre a construção de Brasília pelo viés negro/indigena e suas consequências no nosso imaginário do Brasil. Através de um registro poético versaremos sobre essa perspetiva pouco falada da construção do centro político do país, tensionando espaços históricos desde a fundação do Brasil até ao momento atual.
‘Root City’, 15’, Cartografia Negra, 2023 [Brasil]
O vídeo poesia ‘Root City’ nasce do desejo de contar histórias das populações negras, que têm sido invisibilizadas na narrativa oficial da cidade de São Paulo. Ao navegar por fotografias e mapas do acervo do Instituto Moreira Salles e outros documentos, o filme busca trazer à tona mais histórias dos povos africanos, diaspóricos e afro-brasileiros que viveram em São Paulo.
‘Oku Tumala Oku Tequila’, 30’, Banga Colectivo, 2022 [Angola]
A curta-metragem Oku tumala oku tekula [O ato de sentar e criar] surge como sequência do projeto intitulado ‘O Banco’, desenvolvido pelo Banga Colectivo em 2021, que tem como objetivo aprofundar conhecimentos sobre os mercados informais angolanos, responsáveis pelo sustento de muitas famílias. A curta centra-se na figura de um artista de rua e na sua relação com o mercado onde trabalha.