O Alentejano e os Compadres é um quinteto instrumental sediado no Porto, de contornos algo indefiníveis, que tão depressa se aventura na trepidante área do funk como baixa de velocidade e desenha baladas, para logo a seguir exprimir com verve uma música musculada e insidiosa.

A função da (inexistente) voz é assumida pelo saxofone de Francisco Cordeiro, que imprime uma forte dose de energia a uma máquina musical que, em pleno funcionamento, tem uma força demolidora – à solidez da secção rítmica (Manuel Bravo na bateria e Serafim Espírito Santo no baixo) juntam-se as interessantes pontuações de Manuel Guimarães nas teclas e de Guilherme Carmelo na guitarra, dando à tapeçaria sonora construída pel’O Alentejano e os Compadres a complexidade necessária para a tornar uma música distintiva.

As composições são maioritariamente obra do guitarrista, que nem por isso tem tendência a assumir um papel de destaque, preferindo manter-se como suporte do edifício, com um ocasional ponto de brilho. Talvez as referências d’O Alentejano e os Compadres não sejam estas, mas de vez em quando encontramos ecos de Weather Report, um pouco do Miles Davis elétrico, mas com um som mais rugoso, menos polido. E, talvez, quando assumem uma rítmica rock mais complexa e o saxofone domina, reminiscências dos Van der Graff Generator. Mas pode ser pura ilusão deste ouvinte. Talvez o melhor seja mesmo avaliar pessoalmente a prestação d’O Alentejano e os Compadres nas Noites no Pátio do Museu – de qualquer forma, garante-se uma noite bem passada.

Dia 18 de julho, às 21h30. Concerto integrado nas Noites no Pátio do Museu.
A entrada é livre até ao limite da lotação.
Nota: a realização desta sessão ao ar livre está dependente das condições meteorológicas. Caso estas não sejam favoráveis, o evento poderá realizar-se no interior do edifício ou ser cancelado.