Dullmea é um projeto que combina a voz e a eletrónica, e em que a sua alma criadora, Sofia Faria Fernandes, se apresenta sozinha em palco, expondo as suas imensas e detalhadas paisagens sonoras – ora etéreas, ora abissais – ou peculiares vocalizações rítmicas.

Nos dias de hoje, em que a música de todos os espaços e tempos estão à distância de um clique ou toque de dedo, poderemos pensar o que terá levado esta artista que estudou e praticou violino do período barroco a exprimir-se num léxico aparentemente tão afastado da sua formação. Mas esta questão torna-se irrelevante quando nos apercebemos da forma criativa como em Dullmea harmoniza a produção sonora de base eletrónica com as capacidades expressivas da voz humana. Depois, descobrimos nesta música decididamente contemporânea ecos – nem que apenas sonoros – das grandes massas corais da polifonia renascentista ou barroca, ou, então, de monodias ascéticas que parecem ter as suas raízes em tempos ainda mais recuados.

Não surpreende, por isso, que as atuações de Dullmea – que se estendem, para além de Portugal, pela Holanda, Portugal, Espanha, Brasil, Alemanha, Dinamarca, Reino Unido ou, mais recentemente, Áustria, Itália, S. Tomé e Príncipe e Cabo Verde – estejam a suscitar uma cada vez maior atenção quer do público quer da crítica.

E, afinal, a lista de gravações disponíveis para o público já começa a ser respeitável: em maio deste ano, Dullmea lançou Ñe’​ẽ​sẽ, obra discográfica que se junta à meia dúzia de trabalhos já publicados sob o seu nome, alguns realizados em colaboração com outros artistas.

Temos agora a oportunidade de a ouvir nas Noites no Pátio do Museu, numa performance dirigida para quem aprecia os lados (a)venturosos da música eletrónica.

A digressão de Dullmea é realizada com o apoio da Direção-Geral das Artes (Ministério da Cultura da República Portuguesa), do Arte Institute – Portuguese Contemporary Culture e da Antena 2.

Nota : a realização da sessão ao ar livre está dependente das condições meteorológicas. Caso as condições meteorológicas não sejam favoráveis, o evento poderá realizar-se no interior do edifício ou ser cancelado.