"Esta conferência reflete sobre o papel das imagens no realismo capitalista, entendidas não como mera representação, mas como uma atmosfera que molda o que podemos imaginar e desejar. Com base em Mark Fisher, debato a forma como o capitalismo coloniza o tempo e o desejo, produzindo loops de repetição que excluem alternativas. Em ressonância com Deleuze e Simondon, no entanto, sugiro que o virtual persiste como um potencial inesgotável que resiste à captura. O teórico japonês Azuma Hiroki enriquece esta perspectiva através da sua ideia de “game-like realism” [realismo de jogo], em que as imagens circulam como códigos recombináveis em meios populares como o anime e os vídeo-jogos. Ao reunir estas vozes, a conferência propõe que, mesmo dentro dos sistemas de repetição e mercantilização, as imagens podem funcionar como vetores de possibilidade — fendas de onde a imaginação coletiva e o desejo pós-capitalista podem ainda emergir."