From Leviathan With Love encena um encontro no interior das entranhas da besta — uma descida alegórica através do consumo, da intimidade e da aniquilação. Inspirando-se no mito bíblico de Jonas, em Moby-Dick de Melville, no Pinóquio de Collodi e na boca infernal recursiva de Sin, de Final Fantasy X, a exposição reimagina Leviathan tanto como criatura, quanto como sistema: uma vasta inteligência digestiva, um motor de incorporação. A exposição apresenta uma história de amor entre a Morte (Samael) e o Abismo (Leviathan), onde a dádiva é um corpo e a oferenda é devorada. A obra medita sobre o consumo como condição existencial — nutricional, económica, espiritual — em que até a resistência se torna recurso. Aqui, Leviathan espelha as lógicas dos sistemas de exploração: estruturas que não destroem o corpo, mas que o preservam tempo suficiente para extrair o que resta. Nas pregas da besta, o conforto torna-se arquitetura — quente, envolvente e anestesiante. A alternativa, um oceano de indeterminação, não oferece refúgio. A obra permanece nesta tensão: entre ser acolhido e ser consumido, entre o cativeiro suave e o terror da libertação. Com colaboração de Jay Brunson
From Leviathan With Love encena um encontro no interior das entranhas da besta — uma descida alegórica através do consumo, da intimidade e da aniquilação. Inspirando-se no mito bíblico de Jonas, em Moby-Dick de Melville, no Pinóquio de Collodi e na boca infernal recursiva de Sin, de Final Fantasy X, a exposição reimagina Leviathan tanto como criatura, quanto como sistema: uma vasta inteligência digestiva, um motor de incorporação. A exposição apresenta uma história de amor entre a Morte (Samael) e o Abismo (Leviathan), onde a dádiva é um corpo e a oferenda é devorada. A obra medita sobre o consumo como condição existencial — nutricional, económica, espiritual — em que até a resistência se torna recurso. Aqui, Leviathan espelha as lógicas dos sistemas de exploração: estruturas que não destroem o corpo, mas que o preservam tempo suficiente para extrair o que resta. Nas pregas da besta, o conforto torna-se arquitetura — quente, envolvente e anestesiante. A alternativa, um oceano de indeterminação, não oferece refúgio. A obra permanece nesta tensão: entre ser acolhido e ser consumido, entre o cativeiro suave e o terror da libertação. Com colaboração de Jay Brunson