Quanto de nós fica naquilo que fazemos? Passamos boa parte das nossas vidas angustiados - quase sempre inutilmente - com a forma como os outros vão julgar ou lembrar o que fazemos. Valorizamos quem faz e quem cria, na fé de que o gesto de transformar o mundo está reservado aos heróis e aos santos. Mas numa época em que santos e heróis são cada vez mais suspeitos, o que fazer com o legado de quem já não está cá para se justificar ou defender? O que fazer com as obras de arte de quem viveu noutro tempo, mas construiu também o tempo em que vivemos hoje?
"Como desenhar uma filha nua" é uma performance de leitura participativa que explora a palavra escrita, a leitura em voz alta e o design como ferramentas de expressividade performativa. Uma intérprete conduz a leitura comum da biografia de um artista, uma obra gráfica e ficcional que explora as muitas dimensões de uma vida, e aborda a questão controversa de como os dados biográficos podem inspirar, complicar ou macular toda uma obra artística.
FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Direção e texto - Jorge Palinhos
Cocriação e interpretação - Ana Vitorino
Espaço cénico - Inês de Carvalho
Design e ilustração gráfica - Sara Allen
Desenho de Luz - Pedro Correia
Banda sonora - Vasco Zentzua
Coordenação de produção - Cláudia Alfaiate
Contabilidade - Helena Madeira
Apoio à criação em residência - teatromosca/MUSCARIUM
Parceria - MIRA FORUM
Produção - Visões Úteis, em coprodução com Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão e Teatro Municipal de Bragança
Aprox. 90'
M/16