Clamor parte do cruzamento entre o toque manual do sino e a corda vertical, aproximando a arte sineira da acrobacia aérea. O foco neste diálogo, que se apresenta imediatamente carregado de simbologia, dilui-se numa paisagem através da ativação dos elementos que a compõem, se cruzam e se justapõem até à criação de um espaço que se quer imersivo, mas também ensaístico. Na relação de contrapeso, atrito, impacto e impulso procura-se a possibilidade de um jogo que também busca aumentar o espaço de ação e os limites que o circunscrevem através da geometria, direção e desistência. Neste espectro de possibilidades o espectador é convidado, também, a ensaiar o seu ponto de vista e a deambular entre a gravidade e a intenção. - Margarida Montenÿ