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Cemitério Prado do Repouso
A Recoletora
"Cemitério Prado do Repouso”, por A Recoletora
caminhadas sobre vegetação que habita o cemitério
Cemitério Prado do Repouso
A Recoletora
Desde os primeiros rituais fúnebres que o homem tenta encontrar um lugar comum entre os que partem e os que ficam. As plantas que habitam os cemitérios, especificamente as cultivadas, os arranjos florais ou aquelas alegoricamente representadas na estatuária fúnebre, surgem frequentemente neste contexto como a forma simbólica de honrar e proteger os mortos, ou de expressar sentimentos tão variados como a partida, a recordação, a dor, a saudade, o amor.

E que leituras poéticas podemos fazer da flora espontânea do contexto cemiterial? Estarão os mortos a dar-nos “oferendas” (simbolicamente falando) sem que nos apercebamos disso? Serão as plantas espontâneas o terreno onde vivos e mortos se tocam e comunicam? Poderá a flora silvestre comestível que desponta nos caminhos do cemitério, nas juntas de mármore dos jazigos ou na terra que cobre o caixão dos nossos entes queridos, ser a forma que os mortos têm de nutrir e cuidar dos vivos?

Nestas caminhadas, vamos percorrer o cemitério do Prado, guiados pela herbalista Fernanda Botelho, com os olhos postos na diversidade vegetal — seja ela cultivada ou espontânea, de grande porte ou rasteiro, viva ou inanimada, decorativa ou ritualística —, expandindo narrativas e desenvolvendo novas formas de nos relacionarmos com estes locais, sobretudo associados com a perda. Vamos aprender sobre os usos alimentares, terapêuticos e simbólicos da flora silvestre enquanto deambulamos, para assim encontrarmos o cipreste altaneiro (que indica o caminho do céu e evoca a ideia de imortalidade a partir da sua folha perene), a perpétua-das-areias (que simboliza, literalmente, a eternidade, por manter a sua cor e aspecto inalterados durante muito tempo depois de cortada), a calêndula (cujas pétalas se fecham sempre que o sol não brilha, representando assim o desgosto) ou a pervinca (designada pelos italianos como fiore di morte e usada na decoração de caixões de crianças desde a época medieval).

As ligações entre a morte e a vida, a ritualidade, a posse da terra, o direito ao cultivo, a agricultura urbana, o uso de químicos na prática funerária contemporânea, a compostagem de cadáveres humanos (técnica fúnebre ecológica que acelera a transformação do corpo em terra *), o simbolismo das plantas ou o versículo do livro de Génesis “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”, são alguns dos temas paralelos que iremos explorar durante este percurso.
13
Abr
2024
2024-04-13T10:30:00Z
2024-04-13T17:00:00Z
Cemitério Prado do Repouso
Caminhada #1 · 10h30 — 13h00
Caminhada #2 · 14h30 — 17h00
17€ / pessoa (gratuito: ≤ 6 anos | 8€: 7 aos 12 anos)
3 meses+
Ponto de encontro: Largo do Padre Baltazar Guedes (junto aos Salesianos do Porto)

Mais info

Cemitério Prado do Repouso
Famílias
Visita
Desde os primeiros rituais fúnebres que o homem tenta encontrar um lugar comum entre os que partem e os que ficam. As plantas que habitam os cemitérios, especificamente as cultivadas, os arranjos florais ou aquelas alegoricamente representadas na estatuária fúnebre, surgem frequentemente neste contexto como a forma simbólica de honrar e proteger os mortos, ou de expressar sentimentos tão variados como a partida, a recordação, a dor, a saudade, o amor.

E que leituras poéticas podemos fazer da flora espontânea do contexto cemiterial? Estarão os mortos a dar-nos “oferendas” (simbolicamente falando) sem que nos apercebamos disso? Serão as plantas espontâneas o terreno onde vivos e mortos se tocam e comunicam? Poderá a flora silvestre comestível que desponta nos caminhos do cemitério, nas juntas de mármore dos jazigos ou na terra que cobre o caixão dos nossos entes queridos, ser a forma que os mortos têm de nutrir e cuidar dos vivos?

Nestas caminhadas, vamos percorrer o cemitério do Prado, guiados pela herbalista Fernanda Botelho, com os olhos postos na diversidade vegetal — seja ela cultivada ou espontânea, de grande porte ou rasteiro, viva ou inanimada, decorativa ou ritualística —, expandindo narrativas e desenvolvendo novas formas de nos relacionarmos com estes locais, sobretudo associados com a perda. Vamos aprender sobre os usos alimentares, terapêuticos e simbólicos da flora silvestre enquanto deambulamos, para assim encontrarmos o cipreste altaneiro (que indica o caminho do céu e evoca a ideia de imortalidade a partir da sua folha perene), a perpétua-das-areias (que simboliza, literalmente, a eternidade, por manter a sua cor e aspecto inalterados durante muito tempo depois de cortada), a calêndula (cujas pétalas se fecham sempre que o sol não brilha, representando assim o desgosto) ou a pervinca (designada pelos italianos como fiore di morte e usada na decoração de caixões de crianças desde a época medieval).

As ligações entre a morte e a vida, a ritualidade, a posse da terra, o direito ao cultivo, a agricultura urbana, o uso de químicos na prática funerária contemporânea, a compostagem de cadáveres humanos (técnica fúnebre ecológica que acelera a transformação do corpo em terra *), o simbolismo das plantas ou o versículo do livro de Génesis “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”, são alguns dos temas paralelos que iremos explorar durante este percurso.

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