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Partindo do ciclo de canções Dichterliebe [Amor(es) de poeta], compostas por Robert Schumann em 1840, ESTÁ VISTO toma a forma de um recital procurando com que as práticas de canto, piano e dança interajam e transbordem umas nas outras. As canções de estilo romântico, com poesia de Heinrich Heine, falam de amor não correspondido. Esta falta de reciprocidade reproduz-se em ideias coreográficas que desarticulam a linguagem, fracionando o gesto com as letras das canções, o som e a escuta num corpo em atravessamento.
No seguimento do trabalho Coreografia (2020), João dos Santos Martins prossegue a sua investigação sobre a relação entre a escrita da dança e a expressividade do corpo através de uma interação entre gesto, som e signo, transitando entre corpo e carne. A figura lírica surge como um lugar de transfiguração do sujeito através da voz – e a sua invisibilidade tornada visível – em diálogo com a materialidade física do corpo em movimento. A linguagem aparece como um lugar de especulação através do qual o corpo é atravessado por fonéticas, sinais e gestos que o fazem ressoar como comunicador e também como expressivo de textura, sensualidade e sensação. Nas palavras de Wayne Konstenbaum, autor de Queens Throat: “grata pelo que o ouvido recebe, a garganta responde abrindo-se.” João dos Santos Martins adota atividades que não domina (canto lírico, alemão, língua gestual portuguesa e notação musical) para levar o corpo a um lugar de abertura incógnita. A voz desprende-se do corpo, as mãos estranham o espírito, o corpo separa-se do sujeito, o sujeito estranha-se, o corpo entranha-se.
Interpretação João dos Santos Martins, Joana Sá (piano e outros)
Música Dichterliebe, op. 48, de Robert Schumann, (des)arranjos de Joana Sá
Figurino Jotta & Faísca
Luzes e assistência de cena Filipe Pereira
Apoio vocal Rui Baeta
Letras em LGP Cláudia Dias
Apoio gestual Miguel Ralha
Coprodução Associação Parasita, BoCa — Bienal of Contemporary Arts, Vaga Residências Casa da Dança, DeVIR CAPa, Espaço Parasita, Estúdios Victor Córdon, Forum Dança, Goethe-Institut Lisboa, Grand Studio/Materiais Diversos, Salão Nobre da Escola Superior de Educação de Lisboa, Teatro da Voz, Vila Sul Goethe Institut Salvador.
Produção e administração Sofia Lopes e Lysandra Domingues | Associação
Parasita, Association Mimaï
Design gráfico Nuno Maio
Agradecimentos Ana Rita Teodoro, Ana Bigotte Vieira, Connor Scott, Joana Mário, Joana Nascimento, Luís José Martins, Luísa Saraiva, Rita Natálio, Sabine Macher, Sebastian Felten
A Parasita é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Ministério da
Cultura/Direcção-Geral das Artes no biénio 2023-2024.
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Evento de
Partindo do ciclo de canções Dichterliebe [Amor(es) de poeta], compostas por Robert Schumann em 1840, ESTÁ VISTO toma a forma de um recital procurando com que as práticas de canto, piano e dança interajam e transbordem umas nas outras. As canções de estilo romântico, com poesia de Heinrich Heine, falam de amor não correspondido. Esta falta de reciprocidade reproduz-se em ideias coreográficas que desarticulam a linguagem, fracionando o gesto com as letras das canções, o som e a escuta num corpo em atravessamento.
No seguimento do trabalho Coreografia (2020), João dos Santos Martins prossegue a sua investigação sobre a relação entre a escrita da dança e a expressividade do corpo através de uma interação entre gesto, som e signo, transitando entre corpo e carne. A figura lírica surge como um lugar de transfiguração do sujeito através da voz – e a sua invisibilidade tornada visível – em diálogo com a materialidade física do corpo em movimento. A linguagem aparece como um lugar de especulação através do qual o corpo é atravessado por fonéticas, sinais e gestos que o fazem ressoar como comunicador e também como expressivo de textura, sensualidade e sensação. Nas palavras de Wayne Konstenbaum, autor de Queens Throat: “grata pelo que o ouvido recebe, a garganta responde abrindo-se.” João dos Santos Martins adota atividades que não domina (canto lírico, alemão, língua gestual portuguesa e notação musical) para levar o corpo a um lugar de abertura incógnita. A voz desprende-se do corpo, as mãos estranham o espírito, o corpo separa-se do sujeito, o sujeito estranha-se, o corpo entranha-se.
Interpretação João dos Santos Martins, Joana Sá (piano e outros)
Música Dichterliebe, op. 48, de Robert Schumann, (des)arranjos de Joana Sá
Figurino Jotta & Faísca
Luzes e assistência de cena Filipe Pereira
Apoio vocal Rui Baeta
Letras em LGP Cláudia Dias
Apoio gestual Miguel Ralha
Coprodução Associação Parasita, BoCa — Bienal of Contemporary Arts, Vaga Residências Casa da Dança, DeVIR CAPa, Espaço Parasita, Estúdios Victor Córdon, Forum Dança, Goethe-Institut Lisboa, Grand Studio/Materiais Diversos, Salão Nobre da Escola Superior de Educação de Lisboa, Teatro da Voz, Vila Sul Goethe Institut Salvador.
Produção e administração Sofia Lopes e Lysandra Domingues | Associação
Parasita, Association Mimaï
Design gráfico Nuno Maio
Agradecimentos Ana Rita Teodoro, Ana Bigotte Vieira, Connor Scott, Joana Mário, Joana Nascimento, Luís José Martins, Luísa Saraiva, Rita Natálio, Sabine Macher, Sebastian Felten
A Parasita é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Ministério da
Cultura/Direcção-Geral das Artes no biénio 2023-2024.
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