Entre o alienígena e o vampiro, o bartender e o gigolô, o poeta e o mimo — passando por Londres, Berlim e Nova Iorque — David Bowie percorreu, ao longo de cinco décadas, o terreno da representação em cinema com o mesmo desejo e intensidade performativa que lhe deram notoriedade global enquanto músico.  

David Bowie, Uma Odisseia explica a relação do artista com o cinema e a imagem em movimento ao longo do tempo, no trimestre que antecede os dez anos desde a sua morte.

Do impacto do expressionismo alemão (que o levou a viver em Berlim) a 2001: A Space Odyssey (Stanley Kubrick, 1968) — filme que homenageou no seu primeiro grande êxito musical — Bowie deixou-se inspirar profundamente pela sétima arte e serviu, ao mesmo tempo, de inspiração a vários cineastas e artistas, com uma influência que chegou aos nossos dias. Seja como Major Tom ou Major Celliers, no figurino de Thin White Duke, ou com a “fright wig” de Warhol, a constante reinvenção criativa de Bowie deixou-nos uma míriade de personagens, histórias e ideias visuais, que marcaram a cultura e o cinema contemporâneo.

A contagem decrescente para entrar no universo fílmico e sónico de Bowie já começou — trazendo excertos surpresa no início de todas as sessões. “Take your protein pills and put your helmet on”: a Odisseia vai começar.